quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Em boca de Carcará




Em boca de Carcará

Inclinado na beira abismal
Jogado para o senhor Carcará
Sofrendo crise descomunal
Sôfrego na cadeia, já perdi o alvará.


Vagando na sina da vida
Sendo sombra de árvore morta
Indo empurrado pela ida
Triste comida da boca torta.

Homem sem viril ardil
Azedo da palavra dura dita
Dita dura palavra feminil
Sem medida e maldita.

O monstro do laço irracional
Sobrevoa-me, o dito cujo,
Afônico (eu), sem poder cordial
Espero a dor e murcho estrebucho.

©Wagner Ortiz
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