terça-feira, 9 de junho de 2015

9 de Junho



9 de Junho

Hoje não verso,
Nem reverso,
Nem sinto remorso.

Sequer há presente,
Nada envolvente,
ido o riso, retorço.

Não há voz, se entupiu,
Da palidez não sutil
Na face dengosa.

Tudo me escapa,
Rude a seda se esfiapa,
Esfrega-me buliçosa.

Irriquieta poesia,
Com frigidez me arrepia,
Trêfego parabéns!

Hoje não verso
Só me emudo imerso
Do triste mundo anverso.

Até onde irão as anversões?

Pequenas não são,
De grande extensão,
Nada apoucadas.

E os corações?

Os corações morrem,
Do fel maldito. Jorrem,
Pois são verdes.

Enquanto pulsas,
No meu peito te espulsas,
Mesmo querendo que te herdes.

Notalvelmente cresces,
Mas nada mesmo aquiesces
Se valor possuir de fato.

Então, nesses fatos caminho,
Dos teus que me aporrinho,
Me liberto a cada verso.

Ainda que me estropie,
Nenhum modo teu me enebrie.
Já que teu captar é esverdeante.

Não que me emudo,
Mas tua sujeira verde
Não pode capitalizar o lírico.

Teu discurso poluente
Arrasta a mente
Que tu mesmo adoentas.


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